sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

RELATO DE PARTO - PARTE II



Devido ao tempo que levei para continuar o relato, esqueci muitos detalhes, mas vou tentar escrever o que me lembro:

Levaram a Clara para os procedimentos e eu fiquei lá, bobona, tentando me lembrar do rostinho dela. Lembro que senti muito enjôo, pois tinha jantado muuito. Na minha primeira cesárea fiquei 12 horas em jejum, mas nessa, não deu, não sabia que teria neném nessa noite e acabei jantando um baita prato de strogonoff de frango, antes de ir para o hospital, rs. O anestesista disse pra eu respirar bem “comprido” e devagar e o enjôo foi passando. Passado algum tempo, perguntei pro médico: “e aí doutor, já costurou as 7 camadas?” Ele respondeu: “sete? Agora é que estou na segunda!”... olhei o relógio: 3h da manhã (ela nasceu às 2h35) e pensei: ainda terei um longo tempo aqui. Logo o Thiago entrou novamente na sala pra me ver e me dar notícias dela. Perguntei o peso dela (porque será que mãe se preocupa com isso?) e ele me falou: 2.750kg e me mostrou as primeiras fotos dela, que ele havia acabado de tirar. Fiquei ali, namorando as fotos. Nisso ele ia e vinha, me falando notícias dela, enquanto ela ficava um tempo no respirador (ela engoliu restos de parto, por isso ficou com um pouco de dificuldades para respirar, o que deu a ela um apgar 8/9) e na luz (ela teve uma leve icterícia, que durou até uns 10 dias depois do parto).



Passou um tempo, não sei exatamente quanto, e a cirurgia acabou. Me colocaram na maca e me levaram para o pós-parto. Lembro que eu tremia muuuito. Não sei bem se era frio, nervoso, efeito da anestesia ou os três juntos. Mas estava incontrolável. A enfermeira tirou minha temperatura, que estava 34˚C e logo me colocaram um monte de cobertores e um tubo de ar quente embaixo dos cobertores. Essa tremedeira durou umas duas horas, o tempo que eu fiquei no pós-parto. Logo o Thiago chegou com a Clara nos braços a mostrou pra mim e tirou essa foto:



Conversamos um tempo e nos levaram para o parto. Era mais ou menos umas 5h da manhã. Lembro que enquanto era levada na maca, a Clara, deitada em meus braços, procurava o peito, tadinha, rs.

Os dias que se passaram foram de muita tranqüilidade, diferentemente da primeira cesariana (leia o relato do meu primeiro parto AQUI). Recebi algumas visitas, todas breves (todos sabiam da minha aversão a visitas demoradas), mas havia um visitante que eu esperava com ansiedade: o Mateus. Estava com muitas saudades dele, e na segunda-feira, minha mãe o levou para me visitar e conhecer a irmãzinha. Foi mágico, fiquei muito emocionada de ver as duas pessoas mais importantes da minha vida, meus filhos, gerados dentro de mim. Mateus ficou meio impressionado com o soro no meu braço, falava “mamãe dodói” toda hora, mas na hora que colocaram a Clara no colo dele ele ficou olhando, meio impressionado com o tamanhozinho dela, rs.



Tive um pouco de dificuldade de amamentação, como da primeira vez, por causa da minha cirurgia dos seios, mas, diferentemente da primeira vez, a pediatra ficou atenta e logo prescreveu a complementação, com nan, na sonda, a cada 3h. Outra coisa que foi bem diferente foi a bexigoma (retenção urinária que machucou ainda mais o meu útero, que estava todo costurado). Estava muito preocupada de não conseguir fazer xixi e a enfermeira, sabendo do meu primeiro problema, logo veio pra me acompanhar ao banheiro. Graças à Deus não sofri desse problema nessa segunda vez.

Na terça recebemos alta, e, antes de irmos embora, a enfermeira veio pra furar a orelhinha dela (compramos o brinco lá mesmo, no hospital). Minha irmã e meu cunhado foram nos buscar e saí do hospital sorrindo, diferente da primeira vez, que saí chorando devido à depressão pós-parto (dessa vez, graças à Deus, nem sinal dela!)

Agora, o resguardo foi uma coisa à parte. Essa palavra praticamente não existe no meu vocabulário. Desde que cheguei em casa, todos os dias saio pra deixar o Mateus com a babá na casa da minha mãe ou avó, daí é um tal de sobe e desce escadas (moro no segundo andar, sem elevador). Outra coisa, é dirigir. Nos primeiros 20 dias meu pai ou minha irmã me buscava e levava pra lá e pra cá, mas depois a necessidade me levou a assumir o volante. Ainda sindo um pouco de dor, mas tudo suportável.

Quatro dias depois do nascimento da Clara o Mateus completou 2 anos, compramos uma torta na padaria e fizemos uma festinha lá em casa. Foi lindo ver a emoção nos olhos do meu pequeno, meu primogênito:



Clara “conheceu” a prima Sophia, nascida dois meses antes:



O comportamento do Mateus tem sido previsível e esperado: ciúmes. Ele ainda não está acostumado a não ser mais o centro das atenções, às vezes chora, dá birra, pede colo, mas nunca tratou mal a irmãzinha. Mas ainda me dá tristeza ao vê-lo pedir pra entregar a Clara pra outra pessoa para poder pegá-lo no colo, bem no momento em que eu estou amamentando. Ou então, me pedir para levá-lo para tomar banho (eu ainda não posso carregá-lo no colo por que ainda não posso pegar peso). Ou ainda me dói quando estou fazendo ele dormir e ela acorda querendo peito e eu não consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Pena eu não poder me dividir em duas. Só sei que não recomendo ter filhos muito perto um do outro. São dois bebês, com praticamente as mesmas necessidades. Mas estou feliz em saber que, em vez do amor de mãe ter que se dividir entre dois filhos, ele se multiplicou pelos dois! Como é bom ser mãe de dois! Amo muito os meus filhos e, mesmo com tantas dificuldades, não me arrependo de tê-los tido. Sem os dois minha vida não estaria completa. E não imagino mais minha vida sem eles. Mateus e Clara: eu os amo mais do que tudo!



Meu próximo post vai ser sobre o primeiro mês da Clara e sobre minha intensa perda de peso em tão pouco tempo, que eu acho que está relacionada ao meu cansaço (no começo da gestação pesava 62kg, no final da gestação estava com 68kg e hoje me pesei: inacreditáveis 59kg, menos de um mês após o parto!).

Beijos à todas!

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Èlen parabens pela família!!! Seus filhos são lindos e vc uma guerreira e ótima mamae.
Que o SENHOR te abençoe a cada dia.
Um abraço.
Luciana
Obs. estou com 35 semanas, logo estarei com minha princesinha nos abraços Muito feliz igual a vc rsrsrs

Tathyana disse...

Que saudade dos seus posts. Amiga, vc está ótima...super guerreira e disposta a lutar e cuidar da sua família. É claro que o Mateus ainda não entende muito e quer competir com a Clarinha, mas vc é tão carinhosa com ele, que isso o faz compreender melhor as coisas. A gente fica mais fragilizada nesse momento e bate a culpa. Mas eu tenho certeza que tudo sairá da melhor forma possível. E já sabe né? Se precisar, estou aqui...pode me ligar. E quanto ao peso: coma muitooooo.

Adriana ,Sofya e Emanuelle disse...

ainn, to com lagrimas nos olhos..
fiquei relembrando de toda minha dificuldade com dois bebes com idades identicas aos seus bbs...E sozinha, como vc.... Me doeu um pouco mas a saudade foi maior!

logo o cuime passa... vc vai ver,


Bjs amiga

A. Alves disse...

Élen que bom que desta vez o parto foi mais ameno pra vc e para sua gatinha. Querida penso na sua situação e não deixo de admirar sua força, muitas em seu lugar estariam aqui no blog chorando pitagangas, queixando-se da vida. Acho que o amor pelos pequenos move vc mais que todos os obstáculos...

Quanto aos afazeres, de qualquer forma, se alguém puder lhe ajudar de bom agrado, aceite, pois, vc tb precisa de um tempinho para um descanso. Não é á-toa que perdeu todos esses kilos em tempo recorde.

Fique com Deus e um ótimo final de semana.