Esperando meu anjo...

Pois é, meninas, sexta-feira fui fazer o exame (decepcionante, a clínica era muito ruim) e vi minha pequena lá, na maior preguiça, mexeu as mãozinhas, mas pelo jeito estava dormindo, pois estava bem quietinha. O médico teve de chacoalhar minha barriga algumas vezes pra ela mudar de posição. Ao final, ele disse que estava tudo bem e que tinha 85% de chance de ser menina, pelo formato da genitália. O laudo, com as fotos, pego na quarta-feira e posto aqui.

Todos têm me perguntado pelo nome. Lá em casa, os parentes estão em polvorosa, todos querem saber. Mas ô coisa difícil é batizar uma pessoa! Negócio é o seguinte: quando ainda estávamos juntos, Thiago (pai da nenê) e eu tínhamos concordado em um nome que ambos achávamos bonito: Carolina. Depois, com as dificuldades que eu vinha (e venho) passando e pelo histórico da gravidez, achei que nada melhor do que um nome bem sugestivo: Vitória! Mas só que Vitória Vitoriano (meu sobrenome) ia ficar esquisito.

Daí, um dia desses, alocando no shopping, uma moça com uma menininha linda estavam na mesa ao lado. A menininha ficou me olhando e sorrindo pra mim. Ela era linda: cabelos ondulados, bem pretinhos, a pela bem branquinha, bochechas rosadas, a boquinha em formato de coração e os olhos mais vivos e expressivos que eu já vi. Parecia uma bonequinha, num lindo vestido florido. Perguntei pelo nome e a mãe respondeu: Ana Clara. Desde então aquele nome não me sai da cabeça. Sempre que eu penso na minha filha, lembro daquela menininha e esse nome me vem à cabeça. É uma coisa que precisa ser amadurecida. Por enquanto, a chamo de nenê, minha filha, minha princesa.

Estamos na 13ª semana. Pela primeira vez nessa gestação, os enjôos diminuíram e ontem consegui passar o dia sem tomar Dramim, e até consegui almoçar. Sei que desde a descoberta da gravidez, já perdi mais de 1k. Peguei na internet como está minha bebê (meus comentários estão em negrito):

Como seu bebê está crescendo

O útero já cresceu o suficiente para deixar claro que aquela nova barriguinha é mesmo de gravidez. (Isso, sem dúvida, rs). Mesmo assim, seu bebê ainda é bem pequeno, mais ou menos do tamanho de meia banana. Apesar disso, se pudesse enxergar dentro do útero agora, você veria um bebê formado, até com impressões digitais nos dedos (que linda, já tem impressões digitais na sua pele tão fininha!)

Como fica sua vida

Você está oficialmente no segundo trimestre da gravidez, o que traz duas boas notícias (que booom! Eu adoro o segundo semestre, agora, até o sétimo mês, tudo é bom). Primeiro, o risco de um aborto espontâneo diminuiu substancialmente; outra coisa é que muitas mulheres dizem que os incômodos iniciais da gestação, como o enjoo matinal, melhoram nesta fase. Com menos náusea e mais energia, talvez você note um aumento da libido (ai, isso é verdade. E é horrível controlar isso, principalmente quem é sozinha,rs).

FIM DE SEMANA

Final de semana bem tranqüilo. Sábado fiquei com o Mateus sozinha e foi bem cansativo. Ele agora aprendeu a correr e não anda mais, só corre. No final da tarde de sábado, para ele se cansar e dormir cedo, fui passear com ele na pracinha. Tinha uns caras jogando bola e o Mateus ficou gritando: Goooool. Toda hora. E nem era gol, rs. Daí apareceu uns meninos soltando pipa e ele ficou encantado. Mas não parou de correr, e eu de correr atrás dele, todas as vezes que ele ameaçava ir para a pista. Na volta pra casa, ele não queria ir. Daí tive de levá-lo no colo. Cerca de 500m com ele pulando no meu colo. Só sei que, na hora de dormir, meu corpo estava tremendo de exaustão. Nunca me senti tão cansada. Esse é um dos problemas de gerar uma criança com outra tão pequena ainda!
Domingo o André veio buscá-lo. Assim que eles saíram meu pai ligou nos chamando para ir à um clube com uns amigos que chegaram do Rio de Janeiro (a esposa do meu pai é de lá). Fui triste, pois a vida sem o Mateus não é completa pra mim. Mas fui, porque estava precisando. O lugar é lindo. Fizemos uma pequena trilha para chegar até a cachoeira e passamos por lugares lindos e inspiradores:





Na cachoeira, enquanto todos entraram eu fiquei de fora, só com os pés dentro d’água (odeio água gelada) escutando aquele barulhinho de queda d’água e pensando na vida. Me deu uma saudade imensa do Mateus, ficava pensando nele a toda hora, pensando em como ele iria adorar aquilo tudo.



MAIS UM DESABAFO

Foi aí que tudo aconteceu. No final da tarde, eu já estava em casa e o André veio trazer o Mateus de volta. Mas não veio sozinho. Trouxe com ele uma mulher linda que deve ser a namorada (ele não nos apresentou mas eu a cumprimentei simpática e com um sorriso no rosto, como fazem as pessoas civilizadas, rs). Gente, eu fiquei me sentindo acabada. Um morena alta, como ele, muito bem arrumada, cabelos escovados, unhas feitas, maquiagem suave, um sorrisão no rosto. André também estava bem arrumado, todo se achando, com uma baby-look que deixava à mostra os músculos esculpidos com muito exercício físico (agora ele tem tempo de se exercitar, né?). Detalhe: acho horrível homem de baby-look, fica muito afeminado. E eu lá, no meio dos dois, com os cabelo fuá, sem escovar, as unhas sem fazer, sombracelhas sem tirar, rosto cheio de espinhas por conta da gravidez, de camisetão e calça de moleton (já falei pra vocês que estou quase sem roupas, né?). Instintivamente coloquei a mão na minha barriguinha de grávida, porque é a única coisa que está bonita em mim, da qual eu me orgulho. E pra completar, Mateus, que adora novas companhias femininas, não queria vir para o meu colo de jeito nenhum. Eu sei que o André me olhou com aquela cara de superioridade, como quem diz: “olhe para nós e olhe para você. Veja no que você se transformou. Agora nós vamos aproveitar nosso Happy Hour e você vai pra casa, cuidar dos seus filhos.” Sei que, depois de muito chororó, o Mateus veio comigo e nós entramos. Ainda tive de lidar com um novo sentimento: ciúmes do Mateus com outra mulher que estava fazendo o papel de mãe dele. Mas isso é uma coisa que eu vou ter de aprender a lidar, até porque vai se repetir, com a minha filha, mais tarde. Quero deixar claro que o ciúmes foi só do Mateus, ta gente?! Pelo André, eu senti mágoa, como sempre, por tudo o que ele me fez passar e um rancor muito grande pela cara de superioridade dele, me fazendo sentir uma coitadinha. E da menina, além de inveja pela beleza dela, senti pena, porque daqui a oito anos ela estará em casa sozinha cuidando do filho deles enquanto ele toca na banda e se diverte com os primos. Só sei que, ao final disso tudo, se ele quis fazer com que eu me sentisse um lixo, ele conseguiu.

Beijos à todas, volto na quarta com as fotos da nenê.